SÉRIE MEDITAÇÃO | Inspirando a Afabilidade e Expirando a Cólera
A morte provocada pela cólera, seja ela instintiva ou premeditada, configura-se uma maldade, que contrapõem o sentido de amor ao próximo e a nós mesmos(as).
Não estamos nos referindo apenas à morte física, mas também à morte provocada pela cólera velada que atinge a moral e consequentemente o corpo espiritual – a nossa alma.
Estamos chamando atenção para a cólera que:
Provoca o duelo com palavras chocantes, quando achamos que não devemos levar desaforo pra casa, e, assim, falamos o que vem à cabeça - violentamos por meio das palavras.
Mata com desprezo, quando não atendemos as reais necessidades das pessoas com as quais convivemos; quando não ouvimos o irmão que pede socorro; quando fazemos pouco caso das pessoas simples achando que somos melhores.
Ignora as nossas próprias necessidades; quando nos apegamos demasiadamente aos bens materiais; quando não nos permitimos perdoar; etc.
Ataca instintivamente e premeditadamente, porque nos distanciamos dos ensinamentos de Jesus Cristo.
Como podemos observar estamos nos referindo aos duelos e ataques instintivos e premeditados provocados pelo distanciamento em relação aos ensinamentos de Jesus Cristo.
Quem ataca instintivamente requer autoavaliação no sentido de se conter, ou seja, de refletir antes de fazer algo, de modo que possa levar em consideração as implicações dos seus atos. Lembra dos ensinamentos de Jesus Cristo? Devemos pagar o mal com o bem.
Daí a importância de refletirmos antes de tomar qualquer atitude, nos momentos de decepção e/ou de provocação. A reflexão nos ajuda a compreender melhor os acontecimentos.
Talvez “por motivo de uma palavra dita às vezes impensadamente ou inofensiva, vinda de um dos vossos irmãos, o vosso orgulho se sente ferido, respondeis de modo áspero e daí uma provocação”.[1]
Sim! O orgulho e a vaidade cegam o senso de justiça E quando estamos cegos cometemos o severo erro da vingança, seja ela instintiva ou premeditada. Ambas revelam erros que precisamos romper.
Quem premedita para atacar, planeja o que vai fazer, pensa em como fará a vingança, e, nesse processo dissimula relacionamentos visando melhor atacar. Quem age instintivamente revela falta de paciência, de resignação e de misericórdia - atitudes importantes para o nosso desenvolvimento.
Quando procedemos dessa forma os nossos Anjos Protetores e Mentores iniciam alertas e orientações. Mas geralmente não são ouvidos. Porque quem age instintivamente além de não enxergar o óbvio, também não escuta, e, quem premedita se acha autossuficiente.
Sabe aqueles pensamentos que vêm do fundo da consciência? Pensamentos que põem em dúvida a eficácia da vingança? São orientações e alertas emitidas pelos Anjos Protetores e Mentores sobre os perigos das atitudes instintivas e premeditadas.
É importantes ficarmos atentos(as), porque Eles nos falam que quem pratica a vingança está impregnado(a) por sentimentos de orgulho ferido, vaidade, rancor, raiva, dentre outros que atraem energias malignas. Energias que destroem o senso de justiça e de amor. Que impossibilita a tomada de consciência das más inclinações reveladas em nossos pensamentos.
Os pensamentos que surgem no sentido de rever as ideias doentias de um duelo/vingança, geralmente são ignorados, quando estamos revestidos(as) por energias ruins.
Pois bem, independente de o ataque ser instintivo ou premeditado, ambos nos fazem mal, tendo em vista que abrimos portas para a prática do mal. E por abrirmos portas para a maldade assumimos contas a pagar nessa vida ou em vidas futuras.
Contas no sentido de vivermos provações e/ou expiações com o objetivo de transformação para o bem, isto é, de revermos o mal que praticamos, e, nesse processo de revisão vivenciaremos muitas situações desafiadoras e rigorosas.
Tais questões nos instigam a pensar sobre o mal que nos causamos. A cólera nos faz mal, a vingança nos aniquila. Somos nós os prejudicados.
“O estúpido amor próprio, tola vaidade e louco orgulho, quando sereis substituídos pela caridade cristã, pelo amor ao próximo e pela humildade que o Cristo ensinou e exemplificou?” [2]
Isso significa que precisamos limpar o nosso coração, por meio da autoavaliação dos nossos pensamentos, das nossas palavras e das nossas ações diárias, que por serem cotidianas, muitas vezes as naturalizamos ao ponto de perdemos o senso do que é certo e do que é errado.
Limpar o coração, implica em redimensionar os nossos sentimentos com sábias palavras e generosas ações, de modo que as orientações refletidas em nossos pensamentos possam romper com as sugestões oriundas das más energias, da má índole ou da maldade que por ventura estejam germinando em nosso ser.
“Só então desaparecerão esses preceitos monstruosos que ainda governam os homens, e que as leis são impotentes para reprimir, porque não basta interditar o mal e prescrever o bem, é preciso que o princípio do bem e o horror ao mal estejam no coração do homem”. [3]
Como podemos ver, os preceitos do mal que corroem o nosso senso de justiça, de amor e de respeito à vida, se materializam em atitudes de vingança que por sua vez são produzidas no contexto da cólera, da raiva, da mágoa, do mau-humor, do orgulho, do egoísmo, da inveja, da avareza, etc.
Está ficando cada vez mais claro, que esses preceitos nos conduzem sem dó e nem piedade às práticas do mal, tanto em pensamentos, como por meio das palavras e das nossas ações diárias. E por fazerem parte do nosso dia-a-dia, se configuram uma rotina, que muitas vezes não damos conta que estão nos invadindo, a ponto de comprometer o nosso desenvolvimento moral e espiritual.
Por isso, precisamos redimensionar esses preceitos monstruosos, de modo a interditar todo o mal que eles nos causam.
Mas é fundamental termos consciência, de que o referido redimensionamento exige mais do que prescrever o bem, exige viver o seu oposto em toda a plenitude, porque implica em cultivarmos a afabilidade, que por sua vez:
Nos coloca em outro patamar, isto é, nos apresenta ao mundo terreno com a semente do verdadeiro amor.
Nos impulsiona para a melhoria da nossa relação com as pessoas do nosso convívio e com o mundo inteiro.
Nos permite expressar o quanto amamos e respeitamos as pessoas.
Nos instiga a praticar sublimes pensamentos, sábias palavras e generosas ações.
Vale destacar também, que a afabilidade dialoga estreitamente com a prática da misericórdia e do perdão.
“Um golpe desferido pelo ódio respondereis com um sorriso e ao ultraje com o perdão”.[4]
Cabe-nos perdoar sempre, orar por quem deseja o mal, não apenas no sentido de nos livrarmos das suas más energias, mas também no sentido de ajudá-los a se redimirem dessa conduta - Nunca a vingança, jamais o duelo.
“Lembrai-vos de que somente vos será perdoado, conforme perdoaste”.[5]
“Expor seus dias para vingar-se de uma injúria é recuar diante das provações da vida, é sempre um crime aos olhos de Deus”.[6]
Isso significa que ao invés de gastamos o nosso precioso tempo com práticas de vinganças, que em seu sentido estreito solidificam o ódio, a mágoa, a raiva, a inveja, o orgulho, etc., melhor seria nos dedicarmos à reflexão sobre o mal que podemos fazer e as consequências do mesmo; se gostaríamos que fizessem o mesmo conosco, e, ainda, o que gostaríamos que nos fizessem.
Tais reflexões ajudam na reforma íntima - rompem com sentimentos que nos matam. Só assim, caminharemos ao encontro do bem, porque teremos a oportunidade de interagir com boas energias.
São as boas energias que qualificam os nossos pensamentos, as palavras que proferimos e a ações que vivenciamos em nosso cotidiano.
Por isso, agora, em nosso momento de relaxamento, por meio da respiração consciente, vamos dar continuidade à Série Meditação: sintonia com boas energias. Vamos meditar de modo que possamos inspirar boas energias e expirar tudo que está impedindo de vivermos a prática do bem.
Hoje inspiraremos a afabilidade e expiraremos a cólera.
Então vamos encher o nosso corpo com sentimentos dóceis, sem perder de vista o rigor, que as práticas do bem exigem.
Que possamos, nesse percurso de cultivar a afabilidade, encontrarmos as pistas que promovem a sua vivência em nosso cotidiano.
Bem devagar, vamos encher o nosso abdome e deixar que espalhe para o corpo inteiro os fluídos de amor, de serenidade e de benevolência.
Desse modo, estaremos desintoxicando o nosso ser e nos proporcionando bem-estar.
Com o abdome cheio de fluídos que proporcionam a prática da afabilidade, vamos soltar o ar devagar, mentalizando o que não desejamos pra nós e nem para as pessoas desse planeta terreno e do plano espiritual.
Vamos então, expirar a cólera e junto com ela todas os demais sentimentos que desqualificam o nosso bem-querer.
Vamos eliminar bem devagar e com muita ênfase tudo o que a cólera provoca: a raiva, o ódio, a intolerância e o desejo de vingança.
Vamos eliminar também, todos os sentimentos que provocam a cólera, dentre os quais, a inveja, o orgulho, o egoísmo e a vaidade.
Tudo isso, porque são as boas energias que qualificam os nossos pensamentos, as palavras que proferimos e a ações que vivenciamos em nosso cotidiano.
Sendo assim, imbuídos(as) de boas energias, pelos benefícios da afabilidade, agradecemos a Deus pela oportunidade de redimensionar o percurso da nossa caminhada em prol da nossa emancipação moral e espiritual. Assim seja!
Ana Maria Louzada
Por Inspiração Divina | Refletindo a Paz
Projeto Luz - Amor, Gratidão, Alegria e Paz
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[1] Evangelho Segundo o Espiritismo (ESE). Amai os Vossos Inimigos. Cap. XII, p. 251
[2] Idem, p. 251.
[3] Idem, p. 251.
[4] Idem, p. 249
[5] Idem, p.248
[6] Idem, p. 247
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